Coluna Visão do Esporte
por Hebert Vinicius
Gestão de clube não é como gestão de empresa
Um clube de futebol brasileiro hoje é resultado de valores construídos muitas vezes ao longo de mais de 100 anos de atividade que vão muito além das quatro linhas: respeito, democracia, luta contra o racismo e pela inclusão, etc. Num período de crise, em que terá que disputar pela terceira vez seguida a Série B do Brasileirão, o Cruzeiro podia se dar ao luxo de contar com o goleiro Fábio, um dos maiores ídolos da história do time. É inegável sua liderança no grupo, identificação com a torcida e capacidade, apesar da idade avançada para um jogador de futebol.
Fica muito difícil justificar para a torcida, mais importante ativo de um clube de futebol, que o Cruzeiro estava disposto a um “sacrifício econômico” para manter Fábio até o final do Campeonato Mineiro, dizendo que “a proposta respeitava sua relevância e admirável história de 18 anos no clube”.
O jogador afirmou, em suas redes sociais, que estava disposto a se adequar ao teto salarial do clube, mesmo já tendo acertado as bases de renovação com a diretoria antes da venda da SAF do Cruzeiro. Ou seja, estava disposto a ganhar menos pelo sonho de ajudar o clube a voltar à elite. Oportunidade que lhe foi negada como se 18 anos de dedicação, algo raríssimo no futebol, não fossem credenciais suficientes.
É um erro grave de gestão. Não se trata um ídolo assim.
O jornalista Hebert Vinicius (MTB 17.033) é especializado em jornalismo esportivo. Tem como destaque em sua bagagem profissional, as coberturas do Campeonato Mineiro e do Campeonato Brasileiro (2011 e 2012), da Superliga de Vôlei Masculino (2009 a 2014) e diversas outras competições em todo o Norte de Minas. Atualmente faz parte da Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Pirapora, é membro do Conselho Municipal de Esportes e atua nas transmissões esportivas da Rádio Pirapora.
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