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Parte do Vapor Benjamim Guimarães alaga durante processo de remoção em Pirapora

08/11/2020

/ by UPira
O Tempo

A parte traseira do Vapor Benjamim Guimarães sofreu um alagamento e ficou submersa no rio São Francisco, em Pirapora, no Norte de Minas, neste sábado (7), quando a embarcação estava sendo retirada das águas para o início do trabalho de restauração. 

Fotos: João Paulo Sousa

Construído em 1913, o vapor é patrimônio cultural de Minas Gerais e está desativado há cerca de cinco anos devido a problemas estruturais. Neste domingo (8), equipes da empresa responsável pela recuperação do navio estão atuando novamente na tentativa de remoção. Segundo a companhia, a situação é normal e já era esperada.


Com capacidade para transportar até 140 pessoas, a embarcação foi construída pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou inicialmente no rio Amazonas. Em 1920, foi transferida para o rio São Francisco e, durante décadas, foi o meio de transporte utilizado para levar cargas e passageiros entre Pirapora e Juazeiro, na Bahia. O vapor, que usa lenha como combustível, é um dos últimos no mundo e está desativado desde 2015.

No mês passado, o Iepha anunciou a conclusão do processo licitatório para a contratação da empresa responsável pela recuperação da embarcação, a INC Indústria Naval Catarinense. Os trabalhos vão incluir a recuperação e a substituição das estruturas do casco e em madeira, como pisos, divisórias, esquadrias e escadas. Além disso, serão feitas novas instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção e combate a incêndio e pânico. O investimento será de R$ 3,7 milhões, recursos viabilizados a partir de convênio firmado entre Estado e União.

Um morador de Pirapora, que não quis se identificar, ressaltou a importância histórica do vapor para a região. "Na época do meu avô, era por onde chegava e saia comida. Foi o ganha-pão de muitas famílias, o valor sentimental é muito grande. Ele também tem um potencial de turismo enorme", disse.


A INC Indústria Naval Catarinense, empresa responsável pela restauração, negou que tenha havido problemas na operação. Segundo a companhia, a situação é normal e já era esperada: "Com a inclinação da docagem, é natural que alague a popa, que, com a subida, volta ao normal. Hoje (domingo) já subiu mais um pouco, e assim é a operação", informou.

Ainda de acordo com a empresa, o nível muito baixo do rio acentua a inclinação da rampa, fazendo com que o procedimento seja mais demorado. "Prezamos para que a operação seja executada com segurança para as pessoas e para o navio", destacou.

A reportagem procurou o Iepha e aguarda um retorno.



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