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Especial: Uma ponte na história de Minas

03/12/2022

/ by UPira

O centenário da Ponte ‘Marechal Hermes da Fonseca’ é um capítulo especial nos 110 anos de Pirapora e na paisagem do “Velho Chico”

 Por Max Rocha


A Empresa Municipal de Turismo (EMUTUR) e a Prefeitura de Pirapora afixaram, na entrada da Ponte ‘Marechal Hermes da Fonseca’, uma placa alusiva aos seus 100 anos, com um breve resumo da sua história. Com apoio da Secretaria municipal de Infraestrutura foram concluídos os serviços de revitalização, pintura e limpeza de toda a área no entorno.


O objetivo foi melhorar o ambiente para os moradores próximos, com mais conforto, segurança e visibilidade para os transeuntes. Apoiada em 13 pilares de concretos, com 694 metros de extensão, 8,40 metros de largura e pesando 723 toneladas, foi tombada pelo IEPHA/Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (decreto nº 24.327) em 22 de março de 1985.


Popularmente chamada de “ponte velha”, seu nome oficial é uma homenagem ao Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca (1855-1923), 8° Presidente do Brasil, entre 1910 e 1914. Além de monumento histórico, a ponte se tornou um símbolo da integração entre as cidades de Pirapora e Buritizeiro, um marco emblemático na paisagem do Rio São Francisco.


Projetada em 1910, a ponte sobre o Rio São Francisco estava vinculada ao antigo projeto de ligar (por ferrovia) o Rio de Janeiro a Belém do Pará, passando por Pirapora e o então distrito de São Francisco de Pirapora (atual Buritizeiro). Graças às reivindicações do Prefeito, Coronel José Joaquim Fernandes Ramos, o Governo federal iniciou a construção em 1920.


A estrutura metálica veio diretamente da Bélgica, enquanto o cimento, armazenado em tambores, foi importado dos EUA. A obra foi supervisionada pelo Eng° Demóstenes Rockert (Chefe da 10ª Residência da Estada de Ferro Central do Brasil/EFCB). Participaram também os engenheiros Alvimar Resende e José Palleta de Cerqueira, além do técnico José Iglésias.


A montagem dos segmentos metálicos foi executada pela empresa Humberto Saboya & Cia, representada pelo Eng° Charles Pitet. A inauguração simbólica ocorreu em 7 de outubro de 1922, com a presença do Presidente da República, Epitácio Pessoa. A direção da EFCB compareceu no dia 28, do mesmo mês, para a inauguração definitiva, liberando a ponte para a ferrovia.

 

R$ 55 milhões para recuperar a ponte

Em 1922 os trilhos atravessaram a ponte até a ‘Estação Independência’, no então distrito de São Francisco de Pirapora - atual Buritizeiro. O projeto de ligar a capital até Belém foi desativado e em 1927 o trem deixou de passar pela ponte. Paulo de Frontin, piraporense honorário, faleceu em 15 de fevereiro de 1933 e em 1972 foi aclamado ‘patrono da engenharia brasileira’.


Por décadas a ferrovia também impulsionou o progresso em Pirapora. De 1950 até a metade dos anos 1990 a ponte foi liberada para veículos (carros de passeio e caminhonetes). O movimento se intensificou a partir dos anos 1970, com o fluxo crescente de bicicletas e motocicletas. Em novembro de 1996, por falta de segurança estrutural, o trânsito de veículos foi interditado.


Desde então, ações políticas, iniciativas cidadãs e campanhas institucionais pedem urgência nas obras de reforma e restauração completa da ponte - estimadas em R$ 55 milhões. A definição sobre a responsabilidade da recuperação total da ponte foi parar e se arrasta na justiça, envolvendo Ministério dos Transportes/DNIT, as empresas FCA e VLI e o IEPHA.


O Grupo de Trabalho “Pirapora é a gente que faz” - conduzido por Felipe Daruich Neto, Renato Diniz Gonzaga, Paulo César Neves, Luiz Felipe Gomes Ferreira e outros cidadãos (sensíveis à causa) - luta pela revitalização da ponte, reivindicando junto a autoridades políticas e órgãos de governo, lutando contra a burocracia e a lentidão da justiça.


Por sua vez, o Grupo FDT/TUR (Fórum de Desenvolvimento Territorial do Turismo) no “Velho Chico”, mobilizado e integrado pelo Banco do Nordeste, vários órgãos, entidades, parceiros e apoiadores - incluindo empresários e investidores - também discute e articula ações conjuntas em prol da recuperação e valorização da ponte como patrimônio histórico e paisagem turística. 


 

- Coletânea de imagens: EMUTUR, Arquivo Público Mineiro (APM), Rodrigo Silva, Rhomário Magalhães, os pintores Gê Teixeira e Otoniel Fernandes Neto

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