Coluna Buteco do Max
por Max Rocha - @butecodomax
Se você nunca experimentou o famoso “Mexido” do Braseiros Bar, em Pirapora, não sabe o que está perdendo!
O tradicional prato francês ratatouille é, nada mais, nada menos, que um “mexido” de legumes, uma maneira bem simples de aproveitar os produtos na região da Provença. Porém, popularmente mais famoso que o mexido europeu é o “Mexidão”, clássico da cozinha caseira mineira, especialmente conhecido pela farta mistura de ingredientes e sabores.
A receita familiar - que também entrou nos cardápios de muitos bares, restaurantes marmitarias e até serviços de fast food - ganhou diversas versões regionais, modos de preparo e combinações. O “Mexido” é aquela comida que “salva a pátria”, pois segue o instinto de levar tudo à panela, misturar (mexer) e cozinhar até ficar pronto.
Também chamado popularmente de “mixido”, segundo o linguajar ‘mineirês’, é considerado um dos símbolos da cozinha afetiva brasileira (a dieta da memória). Uma das formas mais simples de reaproveitar sobras de outras refeições anteriores e diversos alimentos disponíveis na geladeira, no congelador, no forno e na despensa.
Oficialmente não existem registros públicos sobre a origem do mexido, como um prato típico regional. Sabe-se, apenas, que a partir das antigas fazendas de Minas Gerais (onde se aproveitava todo tipo de comida) o prato foi construindo sua trajetória, conquistando as cozinhas domésticas, tabernas, hospedarias, bares e restaurantes.
Quase todo mineiro conhece a refeição e a grande maioria sabe preparar pelo menos uma das suas múltiplas versões. Ele não só ‘salva’ os ingredientes para que não estraguem, como também atende ao apetite que pede algo rápido - seja pela falta de tempo ou simplesmente quando o cansaço fala mais alto. Sim, a fome tem pressa!
Prato cheio e tempero de quero mais...
Na maioria das vezes o mexidão é devorado ao cair da noite ou na madrugada - quando o refugo do almoço vai parar no fogão. A panelada do mexido é generosa e aceita quase todos os tipos de acréscimos. O segredo é misturar bem e aquecer na panela para o combinado de arroz, feijão, ovo e farinha recebe diversos complementos e temperos.
Vale a miscelânea de sabores para também incluir sobras de verduras cozidas, carnes, farofa, massas etc. A variedade faz com que cada cozinheiro (profissional ou não) tenha sua maneira própria de fazê-lo. Assim, seu sabor e suculência têm o toque pessoal de quem o prepara. O lema é juntar criatividade, praticidade e reaproveitamento.
De Norte a Sul do Brasil existem pratos parecidos ou variáveis do mexido, como o Rochedão e o típico Baião de dois. O Mexidão mineiro é preparado com linguiça, lombinho, torresmo e bacon; o carioca leva feijão preto, paio e calabresa; o paulista tem carne de panela; e o baiano conta com carne de sol. Todos puxados pelo “trio ternura” arroz, feijão e ovo.
Receita única e indefectível
Patrimônio gastronômico: Em Pirapora, o mais famoso e saboroso Mexidão é preparado pelo Braseiros Bar e Restaurante - @braseirosbar. Fundado em 1992 por Geraldo Moreira dos Santos (59 anos), o “Ladinho”, desde sempre funciona na Rua Fausto Custódio Santana, 389 - Bairro Santos Dumont, ao lado da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima.
O bar já teve Alexandro Oliveira dos Santos como garçom e gerente (atual sócio) ao longo de 15 anos. Há 2 anos, o filho de ‘Ladinho’, o jovem Guilherme Dias Cordeiro, assumiu a direção do estabelecimento, mantendo viva sua tradição e referência. Além do Mexidão, o churrasco e as pizzas atraem um público democrático e familiar, com direito a muitos pedidos no delivery.
Além do bom atendimento de Guilherme e Alexandro, elogios para o trabalho das cozinheiras Ana Paula Reis (17 anos de casa), Leandra Soares e Beatriz Reis. Elas garantem o sabor e qualidade na cozinha, com tempero de comida caseira. Provamos, aprovamos e recomendamos. A receita do ‘Mexidão à moda Braseiros’ tem particularidades que a tornam única e indefectível!
Max Rocha
Jornalista, Assessor de comunicação multimídia, Educador (Ciências Humanas) e Gestor do projeto publicitário @butecodomax
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