Por Gileno Alencar - Gazeta Norte Mineira
A Indústria Naval Catarinense não conseguiu retirar realizar com sucesso, no sábado (8), a retirada do histórico vapor Benjamim Guimarães das águas do rio São Francisco, em Pirapora, para que fosse iniciada a sua restauração. Quando a embarcação começou a ser retirada com boias tipo rolete, houve uma inclinação muito íngreme da proa, o que causou danos à embarcação, destruindo a sua quilha, a peça que sustentava o vapor de uma ponta a outra; os danos provocaram o afundamento da popa do barco e o convés foi tomado pela água, resultando em um peso ainda maior, e na paralisação do processo. Outra dificuldade foi o terreno arenoso nas margens do rio, o que impede o tracionamento das pesadas máquinas utilizadas. Novos equipamentos foram usados na manhã de ontem (8) para concluir o serviço, paralisado no dia anterior.
É a segunda vez que o vapor Benjamim Guimarães será retirado das águas do rio São Francisco em Pirapora. A embarcação, que é a única a vapor do mundo, será levada para galpão na avenida São Francisco, onde passará por restauração. A outra vez que ela foi retirada foi quando passou pela primeira restauração. A INC Indústria Naval Catarinense iniciou os serviços há 10 dias, mas agora precisou retirar o vapor das águas para sua equipe entrar em operação. O investimento na recuperação do Benjamim Guimarães é de R$ 3 ,7 milhões, dos quais R$ 74 mil devem ser aportados pelo instituto. A execução da obra está prevista para ocorrer no prazo de seis a oito meses.
A restauração incluirá a recuperação e substituição do casco e das estruturas em madeira (pisos, divisórias, esquadrias e escadas), além do mobiliário. Também serão feitas novas instalações elétricas, hidrossanitárias e de prevenção e combate a incêndio. O sistema de governo, telégrafo e das máquinas alternativas de propulsão também serão recuperados.
Única embarcação a vapor em atividade no mundo, o vapor Benjamim Guimarães, construído em 1913 nos Estados Unidos e localizado atualmente em Pirapora (MG), será restaurado.
A ação é resultado de convênio firmado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e o Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha). A assinatura da parceria aconteceu dia 3 de dezembro, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Belo Horizonte (MG), durante a reunião ordinária do Conselho Nacional de Turismo. Está previsto um aporte de R$ 3,7 milhões para o restauro da embarcação, por parte do Iphan, com contrapartida de R$ 74 mil pelo Iepha.
O Benjamim Guimarães, que já navegou no Rio Mississipi (EUA) e, posteriormente, em rios da Bacia Amazônica, mantém suas características originais. A embarcação navegou o Rio São Francisco até 2014 e, por várias décadas, foi utilizada no transporte de cargas e passageiros no trecho Pirapora (MG) – Juazeiro (BA), servindo até no transporte de tropas do Exército Brasileiro durante a II Guerra Mundial. Com capacidade para transportar até 140 pessoas, entre tripulantes e passageiros, a embarcação possui três pisos: no primeiro, encontram-se a casa de máquinas, caldeira, banheiros e uma área para abrigar passageiros. No segundo, estão instalados doze camarotes e, no terceiro, um bar e área coberta
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