A expectativa da EMUTUR é que nos próximos dias o IEPHA anuncie a data oficial da retomada das obras de reforma e restauro da embarcação
O Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo e do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (IEPHA-MG), informa que assumiu integralmente a restauração do Vapor Benjamim Guimarães, embarcação histórica localizada em Pirapora, no norte do estado.
A decisão foi tomada em função da falta de repasses de recursos financeiros em convênio firmado entre o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e o IEPHA, até então encarregado pela contratação e execução da obra. Em breve serão divulgados orçamentos e novo cronograma para a continuação da obra.
O projeto de restauração do Vapor Benjamim Guimarães (patrimônio histórico, cultural e turístico) foi aprovado pelas duas instituições no ano de 2019 e a obra iniciada em 2020. O primeiro repasse financeiro realizado pelo Iphan ocorreu no início de 2021 e foi utilizado no pagamento dos gastos iniciais dos serviços contratados pelo Iepha.
Contudo, no princípio de 2021, os repasses cessaram para ajustes técnicos e administrativos entre as instituições. Com isso, foi necessário suspender a obra temporariamente. A expectativa da Empresa Municipal de Turismo (EMUTUR), agora, é que nos próximos dias o IEPHA anuncie a data oficial da retomada das obras de reforma e restauro da embarcação.
Abertura de comportas de Três Marias
Neste momento, toda a atenção se dirige às ações emergenciais em decorrência das chuvas que atingiram a região e provocaram elevação do rio São Francisco para além do esperado. Além das tratativas realizadas entre Iepha-MG e CEMIG para controle das vazões, o Governo de Minas, por meio do Corpo de Bombeiros de MG, e em parceria com a Marinha do Brasil e a Prefeitura de Pirapora, atua em plano de emergência para proteção do Vapor, em virtude das cheias do São Francisco.
Dentre as ações executadas pela Prefeitura de Pirapora, realizadas com orientação e acompanhamento do Iepha, estão a instalação de escoras para evitar deslocamentos laterais da embarcação, intervenções no casco no para permitir a passagem da água e evitar flutuação irregular, e reforço do cercamento no perímetro da embarcação, com o objetivo de reduzir a velocidade da água. Mantidas as condições de vazão negociadas junto à CEMIG, não haverá danos ou risco de destruição deste bem cultural.
Sobre o Vapor Benjamim Guimarães
A embarcação foi construída em 1913, pelo estaleiro norte-americano James Rees e Sons e navegou alguns anos no Rio Amazonas sendo transferido para o Rio São Francisco a partir de 1920. Transportou turistas pelo rio, sendo o único em funcionamento. Tem capacidade para transportar até 140 pessoas - entre tripulantes e passageiros. Seu tombamento estadual foi aprovado em 1985.
O Vapor Benjamim Guimarães é um dos últimos no mundo e tem sua história relacionada diretamente com o processo de implantação da navegação comercial no Rio São Francisco entre a segunda metade do século 19 e meados do século 20, participando como referência fundamental na paisagem do rio e na memória cultural coletiva local, regional e nacional. Por recomendação da Capitania dos Portos teve suas atividades interrompidas em 2015, desde então aguarda recuperação de sua estrutura para retomar sua atividade.
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